DIGA 34


“…enquanto os outros falavam, nós íamos trabalhando”.

Esta frase, dita no rescaldo do jogo do título pelo capitão Luisão, reflecte o que se passou ao longo da temporada, e explica porque estamos agora em festa.

Perante um adversário directo que bateu todos os recordes de investimento para nos derrotar, que dispôs do plantel mais caro da história do futebol português, e que, por tudo isso, era tido em Agosto como o grande favorito à conquista do título, o Benfica valeu-se da humildade, da união, do crer, da raça, e da regressada mística, para inverter os papéis, e terminar na frente. Valeu-se, também, do manto protector de milhões de adeptos espalhados pelo país, que em momentos-chave carregaram a equipa ao colo rumo a importantes vitórias.

Quem mais falou, acabou ajoelhado no chão, de mãos a abanar, e insultado pelos seus. Nós, acabamos Bi-Campeões, e envolvidos numa gigantesca festa nacional e lusófona - bem mais ampla do que os pontuais incidentes verificados em Lisboa.

O mérito deste título é de muita gente. Mas dois homens emergem como figuras maiores de uma conquista cujo significado histórico vai bastante além do número 34. Jorge Jesus, que reconstruiu uma equipa de raiz, dotando-a de uma dinâmica de vitória absolutamente notável, e, sobretudo, Luís Filipe Vieira, que já não andará longe de se tornar o maior presidente de sempre do Sport Lisboa e Benfica.

Feita a festa, é altura de olhar para a frente. Falta ainda garantir a Taça da Liga, de modo a fechar mais uma temporada futebolística com três troféus: uma espécie de triplete-versão dois, que não queremos desperdiçar.