COROAS E CARAS

O passado fim-de-semana poderia ser evocado, simultaneamente, como paradigma do que de melhor e de pior tem para oferecer o desporto nacional. Do lado positivo, é de sublinhar o triunfo de Rui Costa em Florença, colocando-o na esteira de Agostinho como figura cimeira da nossa velocipedia. Quando, em 2008, saiu do Benfica para abraçar uma carreira internacional, poucos imaginariam que chegasse tão longe. Hoje é Campeão do Mundo com todo o mérito. Também João Sousa brilhou além-fronteiras, com uma conquista inédita para o Ténis luso. Ambos simbolizam o que de melhor existe neste país desportivo. Lamentavelmente, o futebol intra-muros não podia oferecer uma imagem mais contrastante com a que nos chega de tão cintilantes palcos. Arbitragens miseráveis, resultados falseados, anti-jogo, e uma terrível sensação de déjà-vu. É verdade que o Benfica, frente ao Belenenses, não esteve ao seu melhor nível. Mas o FC Porto, no seu compromisso doméstico, também não. A diferença é simples: nós vimos um fiscal-de-linha oferecer um golo ao adversário, enquanto o nosso rival nortenho viu Pedro Proença regalar-lhe uma grande penalidade providencial. Contas feitas, temos, à 6ª jornada, dois penáltis por marcar sobre Lima (no Funchal e em Guimarães), um sobre Cardozo (em Alvalade), e sofremos dois golos irregulares (em Alvalade e frente ao Belenenses). O FC Porto, por seu turno, venceu o V.Guimarães com um penálti inexistente (coisa que já ocorrera em Setúbal), e o P.Ferreira com um golo ilegal. Ao Benfica, os homens de negro subtraíram 5 pontos. Ao FC Porto acrescentaram 4 - já descontado um penálti da Amoreira. Tudo somado, eis uma enorme mentira na tabela classificativa. Também não posso deixar passar a pouco edificante atitude desportiva do Belenenses ao longo da partida da Luz, que de forma alguma homenageou o seu convalescente treinador. Tácticas defensivas são legítimas. Simulações e constante queima de tempo são “chico-espertices” que só a falta de categoria dos árbitros tornam possíveis.

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