IRRESISTÍVEL ROJA

Uma Espanha exuberante e uma Alemanha dominada e encolhida, determinaram o desfecho da mais aguardada meia-final do Campeonato do Mundo.
A equipa de Del Bosque (que figura simpática) apurou-se com toda a justiça, e é agora a grande candidata a levantar o troféu, feito que, a concretizar-se, seria absolutamente inédito.
Devo dizer que, pessoalmente, gosto mais do estilo de futebol que a Alemanha protagonizou contra a Inglaterra e a Argentina, alicerçado em transições rápidas, passes longos, e com os jogadores a correr pelo campo como cavalos à solta. Foi, até à meia-final, a equipa que mais me apaixonou, como aqui referi há uns dias atrás. Todavia, olhando apenas a este jogo, não há qualquer dúvida sobre a superioridade espanhola, e do seu futebol miúdo e rentilhado, que, em dia de inspiração (como foi o caso), asfixia qualquer adversário, não lhe deixando sequer espaço ou tempo para pensar.
É curiosa, aliás, esta selecção espanhola, que, orientada por uma espécie de Toni do Real Madrid, tinha ontem no onze titular sete (!!) jogadores do Barcelona. Durante anos a Espanha perdeu-se em tentativas frustradas de agradar a todas as capelinhas (recordo que era sempre quase obrigatória a presença de um jogador andaluz, de um galego, e, sobretudo, de um basco), e de cumprir propósitos políticos antes dos desportivos. Isso tolheu a sua competitividade neste tipo de provas. Agora, sem pruridos de formar uma selecção com base num dos seus grandes clubes (aquele que, nesta altura, está claramente por cima, e tem mais jogadores nacionais), os resultados estão à vista. Uma grande equipa, que joga de olhos fechados, encanta o mundo, e ganha.
Voltando ao jogo, há que referir que a ausência de Thomas Muller (quanto a mim o melhor jogador alemão, e, provavelmente, um dos melhores do mundo dentro de pouco tempo) foi demasiado sentida, e isso talvez justifique a incapacidade revelada pelos germânicos para sair do espartilho em que Xavi, Iniesta, Pedro e companhia os foram envolvendo desde o apito inicial. De resto, julgo que a Alemanha não foi mais afirmativa porque a Espanha não deixou, não sendo justo apontar qualquer erro estratégico ao seu treinador. Com a juventude de Khedira, Ozil, Muller e outros, esta sedutora Mannschaft terá certamente novas oportunidades.
A final de domingo promete mais uma grande exaltação ao bom futebol. Se nesta meia-final o meu coração balançava mais para o lado germânico (ainda que não deixe de ter piada ser um dos tristemente chamados PIGS, a vencer, nos relvados, a grande potência económica europeia), já entre Espanha e Holanda, estarei claramente do lado dos espanhóis. Contudo, se Nuestros Hermanos são genericamente considerados favoritos, nem esta soberba exibição me fará pôr as mãos no lume por qualquer resultado. Uma final é…uma final, e para mim, polvos, só no tacho.

1 comentário:

Vitoria do Benfica disse...

Para mim foi um dos melhores jogos do mundial, simplesmente soberbo. Mas depois a Rainha vir ao balneaario cumprimentar os atletas. So esta a altura de poucos.
Nao sendo rancorosa, aqui esta uma resposta para um adepto do Porto que me manda lavar a loica. Realmente as grandes atitudes so conseguem ser vista por olhos sem cataratas.
Peco desculpa para a ortografia, mas nao estando em pOrtugal, so tenho acesso a internet a computadores com teclado para ingles.