A ANATOMIA DE UMA CANDIDATURA AO TÍTULO

Jogando pela primeira vez em todo o campeonato com aquele que é, provavelmente, o seu melhor onze, o Benfica deixou no Estádio do Dragão uma excelente impressão acerca de si próprio e das suas reais possibilidades de chegar ao título.
Independentemente dos erros de arbitragem, ou mesmo da discussão acerca de quem tenha criado mais ou melhores ocasiões para marcar, é inegável que os encarnados se apresentaram com um nível de organização colectiva e uma auto-confiança que ainda se lhes não vira nesta temporada. O Benfica foi uma equipa segura, madura, solidária e, depois dos primeiros instantes, quase sempre capaz de controlar os ritmos de jogo a seu bel-prazer. Foi, em suma, uma verdadeira equipa, apenas traída por um erro de arbitragem.
Será o Benfica capaz de, daqui em diante, semana a semana, voltar a mostrar a cara bonita que se viu no Dragão? Esta é a dúvida que permanece por esclarecer, e à qual talvez os próximos dois jogos – totalmente diferentes um do outro – possam dar resposta.
Creio que este Benfica é integralmente ajustável ao jogo de Alvalade. A disponibilidade competitiva deverá ser semelhante, o onze base só por lesão ou castigo poderá ser alterado, o modelo de jogo será o mesmo. As hipóteses de êxito são tantas quanto a sorte do jogo o permitir, sabendo-se que um derby acarreta sempre um elevadíssimo grau de imprevisibilidade, mas não parece ser precipitado antecipar desde já uma boa prestação colectiva da equipa encarnada nessa partida, até porque algumas das carências do Sporting são bastante similares às do F.C.Porto - nomeadamente a incapacidade de gerar jogo ofensivo pelos corredores laterais.
O problema que o Benfica terá, na minha perspectiva, mais dificuldades em tornear prende-se com a abordagem a outro tipo de jogos, diante de equipas mais fechadas e combativas, que não irão permitir a Aimar, Suazo e Reyes - que, diga-se, foi apenas a terceira vez que jogaram juntos, depois de Guimarães e do Funchal, ambas com grande êxito - os espaços de que nestes grandes clássicos (ou em certa medida em jogos fora com equipas do espectro europeu) acabam por desfrutar. Paços de Ferreira, Leixões, Académica, Naval, Estrela da Amadora, Trofense, Vitória de Setúbal e Belenenses são alguns dos adversários que os encarnados terão pela frente até à 30ª jornada, e são jogos onde a perda de pontos se pode revelar fatal. É muito duvidoso que este modelo de jogo sirva para todas essas ocasiões, algo que de certa forma já transpareceu das deslocações a Vila do Conde, Matosinhos, Trofa e Restelo, ou mesmo dos últimos jogos em casa, nos quais, desde Novembro, apenas Mantorras e David Luíz (em fora-de-jogo), conseguiram marcar golos.
Este é pois o desafio que Quique Flores tem por diante. É neste aspecto que o Benfica encontra ainda muito espaço para melhorar, e será esse caminho que determinará se pode ou não ter condições para conquistar, já nesta época, o título nacional. Quem senta no banco de suplentes sete (!) internacionais A, como sucedeu no passado domingo (Quim, Jorge Ribeiro, Binya, Carlos Martins, Di Maria, Nuno Gomes e Óscar Cardozo), tem, em princípio, todas as condições para encontrar uma solução feliz.
Não podemos esquecer, contudo, que o Benfica não corre sozinho, e que neste momento nem sequer depende matematicamente apenas de si próprio. O que Sporting e, sobretudo, F.C.Porto fizerem daqui em diante, a forma como cada um deles souber resolver os problemas que também têm, ditará, como é natural, muito do destino deste campeonato.
Os leões terão de ultrapassar a instabilidade que a anunciada saída de presidente (e treinador?) decerto causará no edifício do seu futebol. Dentro do campo, o problema mais complicado prende-se com o fraquíssimo rendimento que tanto Miguel Veloso, como principalmente Rochemback (um flop que aqui anunciei na altura) têm demonstrado numa posição absolutamente nevrálgica, e onde talvez a adaptação de João Moutinho não fosse despicienda.
Quanto ao F.C.Porto, embora tenha a vantagem de ser líder, e disponha de um colectivo forte, sistematizado e habituado a vencer, terá de encontrar forma de marcar golos nos jogos em sua casa, onde o seu trio ofensivo (Hulk, Lisandro e Rodriguez), sem espaço para correr, parece perder grande parte do poder de fogo que exibe quando joga fora. De Novembro para cá, o F.C.Porto apenas marcou um golo no Estádio do Dragão em jogos do campeonato: justamente o penálti fantasma de Lucho no último domingo...

11 comentários:

Anónimo disse...

Resumindo..mais um ano a levarem na anilha e a endividarem-se à grande

Anónimo disse...

Boa Tarde Caro Luis Fialho e Restantes Visitantes do Blog

Este é provavelmente o meu último comentário até ao jogo com o Sporting uma vez que por motivos profissionais estarei muito longe do nosso Portugal. Mas sinto-me feliz porque em Sydney já sei que vou encontrar uma casa do Benfica o que significa que só um clube´com a dimensão internacional do nosso clube é capaz de espalhar a mistica benfiquista nos cinco continentes.

Quanto ás suas observações quero dizer que o benfica deverá ter duas equipas, uma para jogar contra os chamados mais pequenos que se fecham e não jogam e outra de maior dimensão como a que jogou no Domingo no Dragão. è verdade que no Domingo todos os jogadores estavam motivados coisa que não aconteceu no jogo da Trofa ou do Belenenses. Na minha modesta opinião o Benfica precisa de ter dois tipos de jogadores matreiros rápidos em pensamento como o Mantorras e Jorge Ribeiro e outros mais inteligentes como Aimar Katso ou Ruben Amorim.
Penso que o jogo com o Sporting não vai ser dificil se eles tiverem motivados. Quique começa a perceber o campeonato português e não faz sentido esta agressividade constante do APV que por vezes parece estar a ter um AVC desculpem o desabafo.

Desejo por isso a todos os Benfiquistas umas optimas jornadas. Eu vou acompanhar mas fora de horas.

Benfica Sempre

Anónimo disse...

Sim os corruptos a norte nao têm de pagar o estadio, os tais 310M de euros... ou seja assim é dificil competir com tamanhas trafulhices financeiras!!!

Anónimo disse...

Gostei do texto, faltou apenas salientar o excelente jogo de Sidnei, para mim, o melhor jogo dele esta época.Anulou sempre, e com classe, o Hulk.

Anónimo disse...

o aurelio tarouquinho nao esta hoje por ai,ho feicha fontes cara torta aparece tou com saudades tuas devolve as facas as pistolas e a droga da aos seus donos tens stock que da pra ti --saudacoes da madeira e deste teu amigo--eu abixo assino-----------------------padre frederico

Anónimo disse...

mais um exclusivo do jornal oficial do Benfica , A Bola , dia 11 4ª feira , com entrevista ao LFV (a segunda em menos de 1 mês)

" é preciso manter espirito à Benfica"

fica a pergunta: terá falado como sócio do Porto, ou como presidente do Benfica?

Anónimo disse...

Pois, o que sucede é que se a GP sobre o Lucho tivesse sido marcada, o Benfica viria para a frente, com as naturais consequências para o seu último reduto, o risco sério de sofrerem mais golos; como tal, agradeçam ao PEDRO PROENÇA, que ao minuto 18 desenhou o resto do jogo!...

Anónimo disse...

O lance do lucho é igual ao do Suazo em Belém há 1 semana, e na altura os portistas diziam que não era penalty, mas agora já é. Que conveniente, a verdade é que esta história do lucho só serve para branquear o lance do lisandro e o banho de bola que o fcp levou do Benfica.O pedro proença é sócio do Benfica mas rouba sempre o seu clube e o sporting, ou já se esqueceram daquele livre indirecto rídiculo da época passada.

Anónimo disse...

BANHO DE BOLA?
É por terem tão baixas exigências (por se contentarem com tão pouco) que passam anos a fio sem ganhar nada que se veja e a fazerem fraca figura extra-fronteiras...

Anónimo disse...

Lol se calhar foi o fcp que jogou melhor, há fanatismo militante,pouparam-se na 4ª levaram 4 mesmo assim descansadinhos foi preciso o árbitro os ajudar senão perdiam outra vez.Mas o jesualdo diz que o Benfica é que jogou para o empate,lol.Enfim a típica coerência tripeira.

Anónimo disse...

... teima em ver apenas a árvore... é livre de o fazer;