ANÁLISE INDIVIDUAL

QUIM (4) Uma bola que lhe bateu no joelho após remate de Ronaldo, e permitiu a única oportunidade do United em toda a primeira parte, parecia ser sintoma de algum nervosismo. Errado. De aí em diante Quim realizou uma exibição quase perfeita, que teve o seu momento alto quando, perto do final, evitou em três corajosas intervenções no mesmo lance o segundo golo inglês, possibilitando assim mais alguns minutos de esperança. No golo de Saha não teve qualquer culpa.
ALCIDES (3) Não comprometeu em termos defensivos (salvo um percalço sem consequências), e procurou internar-se no processo ofensivo (talvez em demasia ?) durante os primeiros 45 minutos. Na segunda parte foi dos que mais sentiu o golo, acabando intranquilo e pouco esclarecido, quando mais se necessitava de cabeça fria. Ainda assim nota positiva.
LUISÃO (3) O Manchester jogou de forma bastante cautelosa o que não lhe proporcionou o brilhantismo com que costuma vestir as suas exibições europeias onde normalmente é chamado a intenso trabalho. Tentou remar contra a maré que submergiu o conjunto encarnado na ponta final do encontro, mas não esteve muito feliz no passe.
ANDERSON (2) Está na pior forma que lhe vimos desde que chegou a Portugal. O modo cínico com que os ingleses abordaram o jogo não o colocou à prova durante largo período. Quando teve mais para fazer fracassou, sendo sua a maior responsabilidade no lance do golo em que estendeu uma passadeira para Saha rematar tranquilamente. Melhores dias virão.
LÉO (3) Está longe do fulgor da temporada passada, notando-se bastante, por exemplo, a maior dificuldade que tem em recuperar das acções ofensivas em que tanto gosta de participar. Nota positiva pelo facto de ter sido dos que melhor resistiu à hecatombe mental que constituiu o golo dos ingleses, terminando a partida como um dos mais esclarecidos de toda a equipa.
PETIT (4) Ao contrário do que se supunha surgiu alguns metros atrás de Katsouranis. Juntou ao voluntarismo habitual bastante critério na entrega da bola a curta e a longa distância, que constituiu uma das bases para a afirmativa primeira parte benfiquista. Pelo tempo fora manteve-se em bom nível. Não foi feliz no remate.
KATSOURANIS (4) Dono de um vigor físico impressionante chega a parecer ter o dom da ubiquidade tal a forma como antecipa as movimentações dos colegas do sector defensivo e lhes faz a devida cobertura. Esteve em grande evidência durante todo o jogo, começando como médio de transição e acabando a central após a saída de Anderson, saindo-se muitíssimo bem nas funções desempenhadas. Uma grande exibição do grego, o melhor benfiquista ontem no relvado da Luz. Está a crescer de jogo para jogo, provando agora, de forma bastante pronunciada, o seu valor.
KARAGOUNIS (4) Realizou uma excelente primeira parte, lutando muito e demonstrando capacidade de pautar o jogo ofensivo da equipa, enquanto servia também de tampão às saídas do Manchester logo desde a primeira fase de construção. Na segunda parte caiu um pouco de produção, sendo substituído imediatamente após o golo, “resistindo” assim ao pior período do Benfica. Não foi pelos desempenhos individuais que o Benfica perdeu o jogo.
PAULO JORGE (3) Tem tanto de velocidade e voluntarismo como de algum atabalhoamento de ideias, quando por vezes se exige esclarecimento. Começou muito bem, mas aquilo que prometia acabou por, a pouco e pouco, dar lugar a alguma falta de argumentos de modo a solucionar os lances que se lhe foram deparando. Pode melhorar, quando adquirir maior experiência ao mais alto nível.
NUNO GOMES (3) Realizou, como quase toda a equipa, uma excelente primeira parte fazendo o trabalho que dele se esperava, arrastando centrais, tabelando com as penetrações dos médios e abrindo alguns espaços na zona de remate. Teve nos pés a melhor oportunidade da equipa em todo o jogo mas Vandersar correspondeu ao seu bom remate. Na segunda parte eclipsou-se, e quando o Benfica optou por um jogo mais directo afogou-se por completo entre os centrais britânicos.
SIMÃO (2) Podia ser ele uma das chaves para o golo, mas a verdade é que o capitão esteve francamente infeliz. Nota-se que está muito longe do seu melhor, e a estratégia utilizada pelo Manchester (e pelo Benfica…) não favoreceu o estilo de futebol em que se sente mais confortável: em velocidade e com espaço. Nem de bola parada conseguiu criar perigo, atirando por cima da barra na melhor oportunidade de que dispôs.
NUNO ASSIS (3) Entrou de forma ingrata, justamente no minuto do golo do Manchester. Ainda assim, instalando-se preferencialmente no flanco direito, procurou dar vivacidade ao jogo de ataque da equipa, construindo um ou outro lance que se perdeu nos pés dos colegas.
MICCOLI (1) Não está bem fisicamente e isso notou-se. Não trouxe nada de novo à equipa.
MANTORRAS (1) Podia ter ficado na história do jogo caso tivesse acertado com a cabeça na bola na sequência de um ressalto na área britânica, pouco depois deter entrado em campo. Ficou-se por aí. Olhando para a exibição do angolano, o que mais intriga é porque motivo terá ficado Kikin Fonseca de fora do lote dos convocados.

ARBITRO: Perdoou dois ou três cartões aos ingleses, mas não se pode dizer que o Benfica tenha perdido por causa da arbitragem.

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